Se tivesse utilizado o que aprendeu como delegado para se manter distante da seara do crime, o deputado estadual Fernando Franceschini (PSL/PR) não estaria agora lamentando a perda do mandato decretada pelo TSE. Por seis votos contra apenas um, a corte eleitoral decidiu nesta quinta-feira castigá-lo exemplarmente por ter feito uso de notícias falsas para macular o processo eleitoral.
Bolsonarista raiz, o delgado disseminou o boato de que fraudes nas urnas eletrônicas tirariam de Jair Bolsonaro a vitória no primeiro turno da eleição de 2018. A mentira ganhou as redes sociais no dia da eleição, 7 de outubro. E somente agora, 3 anos depois, foi que o bandoleiro digital entendeu com quantos paus se faz fake news.
Votaram contra ele os ministros Luiz Felipe Salomão (relator), Mauro Campbell Marques, Sérgio Banhos, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, Presidente do TSE. Apenas Carlos Horbach entendeu que não havia crime na conduta delituosa do parlamentar.
A decisão não irá repercutir automaticamente em outros casos semelhantes. O deputado pesselista também pode tentar embargá-la, mas apenas para ganhar tempo. O estrago, no entanto, está feito — e já causa uma enorme preocupação nas hostes da extrema-direita paranaense, que pode perder 3 outros parlamentares por causa do impacto que a cassação terá no coeficiente eleitoral.
Abatido, Franceschini voltou às redes sociais para fazer uso de uma prerrogativa de todo condenado: espernear! Foi o que lhe restou diante da decisão histórica do TSE, que promete tratar com o mesmo rigor todos os mentirosos que se comportarem como já quase ex-deputado paranaense.
- Franceschini deixa a política para voltar a despachar como delegado da PF. Ele prometeu tentar algo praticamente impossível: a reversão do castigo no STF.