O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não percebeu que estava ao vivo nas redes sociais durante intervalo comercial de sua entrevista na Jovem Pan, nesta quarta-feira (27), e lançou frases sobre “propina em pedágios” e “valor de uma vaga para o STF” que viralizaram nas redes sociais.
“No passado, o cara que fazia contrato levava uma caixa de dinheiro embora, metia a caneta no contrato e passava para R$ 20, o pedágio. Assim que funcionava. Ou não era assim? (…) Pra mim é fácil: ‘manda um sapato número 43 para mim, meu número aqui, tá? Um beijo’. Sem problema. Chega o sapato número 43 cheio de notinha de cem verdinha dentro”, iniciou o presidente.
A entrevista do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi transmitida simultaneamente em suas páginas que não foram bloqueadas nas redes sociais. Ele se confundiu no momento do intervalo na JP e pensou que todas as transmissões da entrevistas tinham parado para o comercial.
Ao citar corrupção em contratos de pedágios, @jairbolsonaro questiona: “quanto vale a vaga para o Supremo?”
Presidente dava entrevista à tv e transmitia simultaneamente em seu Facebook.
Live continuou durante um comercial e Bolsonaro mudou de assunto ao ver que estava ao vivo. pic.twitter.com/61JWVdPZAE
— Metrópoles (@Metropoles) October 27, 2021
Após falar sobre propina em pedágios, Bolsonaro pergunta para as pessoas na sala – que não aparecem na câmera – se elas sabem quanto custa uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente então é alertado que está ao vivo nas redes sociais.
“Presta atenção, pessoal. Quanto você acha que vale a vaga para o Supremo Trib…?”, questiona antes de ser imediatamente interrompido pela equipe.
O presidente fica constrangido com a cena. Logo sorriu e prosseguiu com a entrevista.
“Então, é isso daí, isso é o Brasil. A gente apanha pra cacete, o tempo todo. E tem gente que não dá valor… Oh, tem que resolver tudo. Não dá pra resolver tudo, vamos devagar”, afirmou.
Problemas na indicação ao STF e sabatina em novembro
A confusão de Bolsonaro e a fala sobre valor de uma vaga para o STF ocorrem em meio à um imbróglio na indicação do ex-advogado-Geral da União, André Mendonça, ao Supremo Tribunal Federal, que já dura quase 4 meses.
Desde a indicação de Mendonça, a meados de julho, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), evita fazer a sabatina necessária para nomeação definitiva do indicado.
Alcolumbre chegou a dizer que seguraria a sabatina até 2023 para que apenas o próximo presidente pudesse indicar o 11º ministro do STF – a Corte segue com apenas 10 ministro e já teve empates em julgamentos recentes.
Esta semana, no entnato, Alcolumbre afirmou a aliados que a análise do nome de André Mendonça será na última semana de novembro.
Segundo a CNN, ele acredita que há votos suficientes para derrubar a indicação do ex-chefe da AGU na CCJ, onde o ex-ministro necessita da maioria absoluta dos votos para que a indicação seja avaliada no plenário do Senado.