Equipe da TV Bahia e da TV Aratu – emissoras afiliadas da Rede Globo e do SBT na Bahia – foram agredidas neste domingo (12) em Itamajaru por seguranças e apoiadores do presidente da República Jair Bolsonaro (PL), durante visita dele à região.
Os repórteres tentaram se aproximar de Bolsonaro para realizar entrevistas, após ele pousar de helicóptero no no estádio municipal Juarez Barbosa, mas a equipe de seguranças do presidentes agiu para impedir a aproximação formando um bloqueio.
Neste momento, o repórter Chico Lopes, da TV Aratu (afiliada do SBT), foi agredido com um tapa de um funcionário da segurança do presidente. Um segurança também segurou a repórter Camila Marinho, da emissora afiliada da Globo, pelo pescoço, usando a parte interna o antebraço – em uma espécie de mata-leão.
No tumulto, estas imagens não foram registradas. Na sequência, Bolsonaro subiu na caçamba de uma caminhonete, ainda dentro do estádio.
Um segurança do presidente tentou impedir que os jornalistas levantassem os microfones em direção a Bolsonaro. Quando os microfones esbarraram nele, ele afirmou que os repórteres estavam batendo nas costas dele e lançou uma ameaça física.
“Se bater de novo vou enfiar a mão na tua cara. Não bata em mim, não batam em mim”, disse.
Bolsonaor chegou a pedir que o segurança tivesse calma. O segutança seguiu de longe proferindo ameaças e ofensas.
O secretário de Obras de Itamaraju, Antonio Charbel, que estava entre os apoiadores do presidente, foi gravado puxando os microfones de um jornalista, tentanto impedir a gravação de entrevista. O aparelho da TV Bahia teve a espuma rasgada.
Outro apoiador de Bolsonaro também arrancou a pochete da repórter Camila Marinho, que depois foi recuperada por um repórter.
Equipe do Grupo Aratu é agredida por segurança e apoiadores de Bolsonaro durante agenda em Itamaraju; presidente pede desculpas pic.twitter.com/b57sDXZ2Oe
— Aratu On (de 🏠) (@aratuonline) December 12, 2021
Após a confusão, a assessoria de imprensa da Presidência chamou os repórteres dos dois veículos para outro local. Acompanhado do ministro da Cidadania, João Roma, ele pediu desculpas aos jornalistas pelas agressões.
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou “as agressões e demanda que as autoridades competentes orientem a equipe de segurança do presidente para que respeite o trabalho dos jornalistas, pois lamentavelmente esse tipo de agressão vem se repetindo”.
A entidade também “exige que Jair Bolsonaro cesse os ataques verbais contra a imprensa, os quais incentivam sua militância a agredir repórteres e impedir seu trabalho, o qual é garantido pela Constituição Federal”.
A Rede Globo também emitiu nota em que repudia veementemente as agressões.