Após a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) indiciar o sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra por homicídio culposo, ou seja, quando não há a intenção de matar, e estipular uma fiança de R$120 mil, a Justiça decidiu mantê-lo preso preventivamente e trocar a tipificação do crime para homicídio doloso, quando há a intenção de matar.
Aurélio foi preso em flagrante ao matar com três tiros o seu vizinho, Durval Teófilo Filho, na porta do condomínio dos dois, na noite da última quarta-feira (02), em São Gonçalo, Rio de Janeiro. A princípio, a polícia entendeu que o militar não teve a intenção de matar, já que, segundo ele, teria confundido a vítima com um criminoso.
Segundo nota da Polícia Civil, Aurélio “atirou na vítima em reação a uma suposta tentativa de assalto, enquanto a mesma caminhava e mexia em sua mochila. Ao constatar seu erro, o acusado prestou imediato socorro a Durval, levou para um hospital, mas ele não resistiu. De acordo com a DHNSG, o autor do crime foi indiciado por homicídio culposo e permanece preso.”
Crime muda de homicídio culposo para homicídio doloso
Segundo informações do Portal G1, em audiência de custódia nesta sexta-feira (04), a juíza Ariadne Villela Lopes, da 5ª Vara Criminal, acolheu um pedido do Ministério Público para trocar a tipificação do crime de homicídio culposo para doloso, ou seja, com intenção. A decisão ainda pode mudar, caso o promotor do caso entenda diferente.
“Pelo Ministério Público foi dito que: requer a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. Além disso, entende que a conduta imputada ao custodiado não se amolda a capitulação imputada pela autoridade policial, qual seja, artigo 121, §3º do CP, visto que não entende ser tal conduta culposa”, diz o despacho da juíza.
Para a esposa de Durval, o crime foi motivado por racismo. Em entrevista, ela disse que tem certeza de que o que aconteceu foi porque o marido é negro. “Mesmo eles falando que ele era morador do condomínio, o vizinho não quis saber. Para mim, foi racismo sim”, afirmou a viúva.
A irmã da vítima concorda com a cunhada. “Será que fosse um branco andando e mexendo na mochila, tinham atirado no meu irmão três vezes? E ele falando que ele era morador do condomínio? Será? Eu duvido. Eu duvido muito”, questionou, emocionada.