Rosa Weber, uma das ministras do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu dar um prazo de cinco dias para que Helio Angotti Neto, secretário da área de de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, se explique pela publicação de uma nota técnica antivacina publicada pelo setor.
A nota técnica questiona a real eficácia das vacinas, além de afirmar que elas não têm se mostrado seguras. Essa nota vai contra todas as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e os diversos estudos publicados que comprovam a eficácia dos imunizantes.
Para completar, a nota ainda defende o uso da hidroxicloroquina, afirmando que o medicamento é seguro e que seu uso é indicado para o tratamento da Covid-19. No entanto, não existe respaldo científico para esta afirmação, muito pelo contrário, na verdade. Diversos estudos mostram a ineficácia da hidroxicloroquina no tratamento da doença.
Logo, a nota publicada pelo Ministério da Saúde vai contra a ciência e abraça a conspiração.
Rosa Weber, além de solicitar que Helio Angotti Neto se manifeste sobre a ação movida pelo partido Rede, onde a nota é contestada, solicitou que o secretário saia do do cargo.

A ação da Rede citada por Rosa Weber
Por mais que Rosa Weber só tenha pedido explicações do secretário nesta quarta-feira (26), a Rede já tinha questionado a nota na última sexta (21). Acontece que, depois de muitas críticas, tantos de autoridades, quanto de especialistas, o Ministério da Saúde acabou alterando a nota.
Agora a nota não fala mal de vacinas. No entanto, o texto continua defendendo o uso do famoso “kit Covid” para o tratamento da doença – mesmo eles sendo ineficazes.
De acordo com a Rede, em sua ação no Supremo, a nota é “é claramente contrária ao consenso científico internacional e afronta os princípios da cautela, precaução e prevenção – que deveriam ser o norte da bússola de qualquer gestor público no âmbito do enfrentamento de uma pandemia“. Além disso, o partido ainda classifica a nota como “acintoso à Constituição Federal”.