Nesta terça-feira (21), o Partido Verde (PV) anunciou apoio à pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República em 2022. O partido também aprovou em reunião de segunda-feira a formação de uma federação partidária com o PSB, PCdoB e PT.
Ao Poder 360, o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, afirmou que a possível chapa Lula-Alckmin “representa a frente democrática que irá vencer o autoritarismo, tirando Jair Bolsonaro da Presidência da República”.
Penna também explicou que o apoio será formalizado em reunião da Executiva Nacional do PV.
Crítico do Partido dos Trabalhadores, o ex-deputado Eduardo Jorge, que concorreu à Presidência da República pelo PV em 2014, contestou nas redes sociais o anúncio do apoio da sigla a Lula.
“Nada neste sentido pode ser anunciado sem a obrigatória votação na convenção nacional do PV no próximo ano em junho 2022. Há outras ideias para o PV nesta eleição”, afirmou o ex-deputado.
Tempo perdido. A aliança PSDB/PT era uma necessidade desde 1990. Não quiseram. Nem FHC, nem Lula. Preferiram "alugar" a direita fisiológica e reacionária. Bolsonaro é o fruto podre deste sectarismo míope. Será que nosso futuro é o passado que não existiu?
— Eduardo Jorge (@EduardoJorge) December 21, 2021
Já o vice-presidente do partido, Eduardo Brandão, afirmou à TV 247 que o PV procura se unir a forças progressistas.
“O Partido Verde, desde que o esse governo [Bolsonaro] foi instituído, entendeu que nós precisávamos conversar mais e juntar as forças progressistas do país porque já se anunciava o caos, o retrocesso”, afirmou. “A grande maioria [do partido] já entende que o projeto da reeleição do ex-presidente Lula é fundamental. Entende que o único pré-candidato que pode unir todas essas forças e representar um novo momento para o país e frear esse grande retrocesso que estamos vivendo é o ex-presidente Lula”, afirmou.
O PV conta com 4 deputados federais na Câmara atualmente.
Formação de federação partidária
Há semanas, PSB, PCdoB, PSOL, PV e PT estudam formar uma federação partidária entre si para as eleições de 2022. A proposta foi apresentada pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann e voltará a ser discutida em fevereiro.
As federações têm abrangência nacional e diferem de coalizões, que são estaduais e podem variar de um estado a outro.
A formação de federações partidárias foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral para 2022 e permite que dois ou mais partidos para agir como uma única agremiação política nas eleições e legislatura.
Formada uma federação, sua estrutura deve ser mantida por um período mínimo de quatro anos.
Com natureza permanente, as federações precisam ser formadas por partidos com alinhamento programático. Se algum partido quiser deixar a federação antes do prazo, sofre punições, como a proibição do uso das verbas do fundo eleitoral.