O piloto Nelsinho Piquet decidiu comemorar o título de Fórmula 1 de seu cunhado, Max Verstappen, com uma provocação ao segundo colocado na disputa de 2021, Lewis Hamilton. Piquet postou nas redes sociais um vídeo em que aparece com uma camiseta com a estampa “Patrão é meuzovo” – “patrão” é como fãs e comentaristas chamam Hamilton.
Nos stories do Instagram, o piloto também chamou de “piada” a decisão da direção da prova de não punir Hamilton por um incidente no começo da prova com Verstappen.
Nelsinho é irmão de Kelly Piquet, namorada do agora campeão mundial de F1, Max Verstappen. Também é filho do tricampeão mundial da categoria, Nelson Piquet, e competiu na Fórmula 1 entre 2008 e 2009.
A passagem dele na F1 não deixou boas lembranças – e internautas que simpatizam com Lewis Hamilton lembraram destes fatos negativos para Piquet no intuito de rebater a provocação do piloto.
O Nelsinho Piquet resolveu atacar o @LewisHamilton mas vou refrescar aqui a memória do ex piloto :Patrão: 7 títulos, 103 vitórias, 103 poles. Referência mundial. Vice campeão hoje .
Nelsinho Piquet: 0 títulos, 0 vitórias, 0 poles. Banido do esporte por falcatrua.
— Alexandre Frota 777 (@77_frota) December 12, 2021
Nelsinho Piquet é um babaca. Puxou o pai. Só que o pai foi um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1. Nelsinho Piquet é um trapaceiro que protagonizou um dos maiores escândalos da história da F-1, ou seja, é só babaca… https://t.co/2IHSFvZuSZ
— "Vocês não querem aceitar que o trabalho é bom"… (@cesaramferreira) December 12, 2021
O brasileiro foi definitivamente banido da Fórmula 1 por um caso ocorrido em 2008, que marcou sua carreira.
No episódio, Nelsinho Piquet estava na Renaut disputando o GP de Singapura, quando na 15ª volta bateu o carro de propósito para forçar a entrada do safety car, beneficiando seu então companheiro de equipe, Fernando Alonso.
A trapaça acabou revelada no ano seguinte, quando investigações apontaram que a batida foi armada pelo chefe da Renault, Flavio Briatore, e Pat Symonds, diretor de engenharia da equipe francesa. Nelsinho jogou a história no ventilador para a direção da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) quando se viu demitido da Renalt, em 2009.
A armação na corrida acabou beneficiando Lewis Hamilton. Felipe Massa liderava a corrida quando Nelsinho jogou o carro no muro – o inglês teria uma ferrenha disputa pelo título com Massa em Interlagos, mais adiante.
Alonso fez um pitstop três voltas antes do acidente forjado de Nelsinho. Assim, foi beneficiado por ter se antecipado com troca de pneus e abastecimento, o que induziu outros pilotos a entrarem nos boxes durante a presença do safety car.
Felipe Massa foi um dos que entrou nos boxes. Naquele momento, a equipe da Ferrari até cometeu uma trapalhada: Massa saiu andando com a mangueira de gasolina pendurada no carro, enquanto mecânicos ri corriam atrás do carro para soltar o equipamento preso indevidamente.
O brasileiro perdeu muito tempo com a situação e acabou não pontuando a corrida. Em contrapartida, a trapaça da Renault protagonizada por Nelsinho Piquet funcionou e Alonso venceu a corrida.
No rádio, procurando disfarçar a armação, Nelsinho ainda lançou o comentário “desculpa pessoal”.
Hamilton acabou em terceiro e marcou seis pontos. Depois da última corrida em Interlagos, a diferença acabou em apenas um ponto, 98 a 97, que deu ao inglês seu primeiro título mundial, a despeito da vitória de Felipe Massa em Interlagos – Hamilton só se tornou vencedor porque ultrapassou Timo Glock na última volta.
Ali o Brasil perdeu a chance de ver um piloto brasileiro vencendo o torneio de Fórmula 1 em casa.
No desfecho do escândalo em Singapura, Flavio Briatore foi demitido da Renault e sofreu banimento da F1 pelo resto da vida. Pat Symonds pegou 5 anos de gancho.
E Nelsinho não foi punido, mas precisou seguir carreira longe da Fórmula 1 – hoje ele está na Stock Car.