Uma criança de apenas 8 anos faleceu no dia 12 de dezembro, vítima de covid-19, no Guarujá, em São Paulo. Segundo a mãe, a vendedora Valkíria Alice dos Santos, de 39 anos, sua filha não tinha nenhuma comorbidade. Agora, Valkíria pede pela agilidade na aprovação da vacinação em crianças a partir de 5 anos.
Ana Luísa dos Santos Oliveira foi levada ao hospital após ter febre e não querer comer. Conforme o relato da mãe ao G1, os médicos acharam que a menina estava com dengue. Mas, depois que Ana Luísa apresentou uma “tosse estranha”, desconfiaram que era covid-19. A criança foi internada em 11 de novembro e só piorava.
“Quando tirou o raio-X, viram que os pulmões dela estavam muito congestionados. Ela foi andando normal, mas a saturação dela estava muito baixa, e colocaram a gente em isolamento. Fiquei com ela junto na Unidade de Terapia Intensiva [UTI] do Hospital Guilherme Álvaro, intubaram ela, tentaram de tudo, foi um mês de muita oração, muita fé, mas Deus recolheu ela”, disse a mãe ao G1.
Para a mãe de Ana Luísa, a vacina poderia ter salvado a vida de sua filha
Após a morte de sua filha de apenas 8 anos, vítima de covid-19, Valkíria Alice pede que a vacinação infantil seja logo iniciada. Paras ela, se sua filha tivesse recebido a imunização, o final não teria sido trágico. “Eu creio que, se ela tivesse tomado, poderia ter pego, mas não desse jeito. Seria fraco, e não tão agressivo do jeito que foi. Tem que liberar essas vacinas para as crianças”, disse.
A mãe de Luísa reforça que ela era muito cuidadosa, andava sempre com máscara e álcool em gel, além de não ter nenhuma comorbidade. “A única coisa que ela tinha era rinite alérgica. Ela era gordinha, mas era uma criança saudável, não tinha diabetes, não tinha colesterol, brincava normal, estava indo à escola. Eles falaram ‘mãe, devido a ela ser gordinha, pode ter sido um fator que contribuiu para ela não conseguir a cura'”, contou à reportagem.

Ao G1, a Prefeitura de Guarujá informou que, desde março de 2020, quando foi decretada a pandemia de covid-19, o município registrou, além de Ana Luísa, outros dois óbitos de crianças menores de 12 anos.
A morte da menina acontece pouco antes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a aplicação da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. No entanto, ainda não há previsão de quando a imunização vai começar.