O grupo majoritário de oposição da CPId a Covid decidiu em reunião na noite desta terça-feira I19) que vai excluir de seu relatório final os crimes de homicídio e genocídio atribuídos a Jair Bolsonaro. A informação foi divulgada pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).
Ao sair da reunião de integrantes do chamado G-7, grupo majoritário da CPI crítico ao Governo Bolsonaro, Aziz afirmou que os parlamentares da comissão o termo “genocídio” será trocado por “crime contra a humanidade” no relatório de Renan Calheiros.
“A questão do genocídio está pacificada e deverá ser retirada do relatório. Estamos discutindo agora as tipificações em relação ao presidente Bolsonaro”, declarou Aziz. “H, cpi da covid, genocidio, bolsonaro, á uma recomendação para que se apure, se investigue e se aprofunde a investigação sobre a questão indígena. Nós ainda temos muitas coisas a serem investigadas e não temos mais tempo para isso”.
Em entrevista ao jornal O Globo antes da reunião, Omar Aziz afirmou que a preocupação é que a acusação de genocídio acabe arquivada.
“A grande preocupação em relação ao genocídio é que se você já tem crime contra a humanidade, já é um crime muito grande, e esse já foi provado e ‘desprovado’ por ele. O Bolsonaro fez aglomerações propositadamente, o Bolsonaro pregou a imunização de rebanho, pregou medicamento não comprovado, foi charlatão prescrevendo medicamento sem eficácia… Então, ele tem crimes sérios, só que o genocídio é muito mais sério que isso tudo. O meu medo é esse crime (genocídio) ser arquivado no futuro e os outros dizerem ‘está vendo, eles estavam errados’”, afirmou.
Na reunião, os senadores também decidiram não imputar a Jair Bolsonaro (sem partido) o crime de homicídio qualificado.
Também decidiram retirar a acusação de crime de advogacia administrativa contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que ainda deve responder pela divulgação de fake news.
A leitura do relatório final começa na quarta-feira (20). A ideia dos senadores é dar vistas coletivas de uma semana para o parecer e votá-lo na próxima terça-feirra (26).
Vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que senadores usaram a reunião para conseguir consenso sobre o relatório de Renan Calheiros.
“Os sete membros titulares da CPI votarão unidos no relatório do senador Renan Calheiros”, contou. A votação está prevista para ocorrer na próxima terça-feira (26).
Internautas criticam Omar Aziz
As declarações de Omar Aziz ao jornal O Globo sobre as acusações de genocídio de indígenas contra Bolsonaro revoltaram internautas contrários ao Governo.
A revolta se estendeu também ao jornal O Globo, que na terça-feira (19) publicou editorial apontando “abuso” na ideia de acusar Bolsonaro por genocídio indígena.
Há erros jurídicos no editorial do @JornalOGlobo sobre genocídio e pandemia. Seria importante o Jornal, em prol da seriedade e imparcialidade, dar espaço a outras vozes jurídicas sobre o tema. Aponto aqui alguns dos erros??: https://t.co/bemAzX3oOv
— Thiago Amparo (@thiamparo) October 19, 2021
O senador Omar Aziz quer livrar a cara do Flávio Rachadinha Roubonaro e do próprio Bolsonaro na cpi do genocídio. Aprendam a votar pra senador! Não adianta votar no @LulaOficial e depois eleger e reeleger esses lixos da direita pro Congresso Nacional.#BolsonaroGenocida
— Guerreiracomunista (@Guerreiracomun1) October 18, 2021
Bolsonaro é retratado pelo New York Times como homicida. E pode mesmo ser chamado assim: assassino. No Brasil, Omar Aziz torce o nariz para essa classificação que Renan quer manter no relatório. Participando de uma live com Luís Costa Pinto hj, fiz uma comparação. Segue
— Joaquim de Carvalho (@joaquimmonstrao) October 19, 2021
A CPI está terminando em pizza e o pizzaiolo é Omar Aziz que retirou a tipificação de genocídio do relatório final. Com isso o "centro democrático" e a turma da "escolha difícil" vão poder apertar 17 de novo em 2022 sem o constrangimento de estar votando num genocida.
— Ricardo Pereira (@ricardope) October 20, 2021