Em uma série de tuítes publicados na manhã desta quinta-feira (04), o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), anunciou a suspensão sua candidatura à Presidência da República por conta dos votos da maioria da bancada do PDT na Câmara a favor da PEC dos Precatórios, defendida pelo Governo Bolsonaro.
“Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios”, afirma o pedetista no Twitter. “A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição”.
Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios.
É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios.
— Ciro Gomes (@cirogomes) November 4, 2021
Entre negociações e denúncias de manobras do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a PEC dos Precatórios foi aprovada em primeiro turno por 312 votos a 144 – “Veja aqui como cada partido votou”.
Os votos do PDT foram decisivos para a aprovação da proposta – que ainda precisa ser votada em segundo turno na Câmara – e o partido recebeu críticas até mesmo de filiados e apoiadores, como o deputado federal Túlio Gadelha e o músico Tico Santa Cruz.
Na série de tuítes, Ciro Gomes mostra insatisfação com a posição da bancada do PDT.
“Não podemos compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas. Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional”, conclui o pedetista na série de tuítes.
O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Wonley Queiroz (CE), afirmou no plenário da casa que o partido apoiou a proposta porque houve uma alteração para que fossem pagos precatórios referentes ao antigo Fundef.
Wonley também declarou que a sigla conseguiu o compromisso do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para que seja pautado um projeto de lei que destina aos professores 60% do que a categoria tem direito dessas dívidas, mas que será escalonada em três anos.
A posição da liderança e da bancada do PDT contrariam a visão de Ciro Gomes.
Em entrevista concedida no final de outubro, Ciro declarou que a PEC dos Precatórios é “mais uma das aberrações inomináveis” do Governo Bolsonaro.
@cirogomes : 28/10 sobre a PEC dos precatórios.
O que faz o PDT? Encaminha voto SIM. pic.twitter.com/jPG8XyETdd
— Rosa Vaz (@andersonrosavaz) November 4, 2021