A cientista política, Susana Ribeiro Moita, foi condenada pela 4ª Vara Cível de Brasília, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), a pagar R$ 30 mil de danos morais à Dilma Rousseff (PT), por ter publicado a informação falsa de que a ex-presidente foi autora do homicídio do soldado Mário Kozel Filho, há 50 anos.
Na publicação em seu perfil de Instagram de agosto de 2021, Suzana atribui o homicídio à Dilma Rousseff usando hashtags ofensivos à ex-presidente, como “anta”, “lixo”, “terrorista”, “burra”, “malandra” e “bandida”.
Na sentença publicada na quinta-feira (27), o juiz Giordano Resende Costa escreveu que “a internet não é terra sem lei”.
“O curioso é que as pessoas não têm coragem de gritar em praça pública impropérios, pois se sentem constrangidas e têm consciência do erro no comportamento, mas se transformam, quando ficam atrás de uma tela, pois confiam no anonimato e/ou na dificuldade de identificação”, afirmou o magistrado.
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Giordano Resende Costa destacou ainda que, por conta do grau de escolaridade e da formação universitária da ré, ela tinha “conhecimento da repercussão que a falsa notícia causa à vida do ofendido, bem como, de sua disseminação em razão do destaque sensacionalista dado à publicação”.
Em seu perfil de Linkedin, Suzana Ribeiro Moita se descreve como “CEO da Ágora Saia da Bolha”.
“Bacharel em Ciência Política e em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília. Especialista em Administração de Projetos pelo Unicesp. Especialista em Administração Pública pela Universidade Federal de Uberlândia. Mestre em Direito pelo UniCeub”, diz o currículo da cientista política na plataforma.
“Descomplico o sistema político para formar cidadãos participativos e políticos profissionalizados”, disse a cientista política sobre a descrição de suas atividades na internet.
Em outras publicações, Suzana se mostra defensora do Governo Bolsonaro – rival eleitoral do Partido dos Trabalhadores. Ela, por exemplo, já associou a exigência de comprovante de vacinação em estabelecimentos do Brasil com políticas da Alemanha Nazista.
“Passaporte sanitário, uma ideia que começou na Alemanha nazista”, afirmou a cientista política, em publicação.

Em dezembro, o Museu Memorial do antigo campo de extermínio nazi de Auschwitz criticou este tipo de associação entre nazismo e passaporte sanitário.
“Explorar a tragédia de todas as pessoas que entre 1933 e 1945 sofreram, foram humilhadas, torturadas e assassinadas pelo regime totalitário da Alemanha nazi para argumentar contra a vacinação, que salva vidas humanas, é um triste sintoma de decadência moral e intelectual”, diz a mensagem da conta em inglês do Museu de Auschwitz no Twitter.
Em outra publicação, Suzana saiu em defesa da primeira-dama Michelle Bolsonaro após ela ser criticada nas redes por aparecer em vídeos virais “falando em línguas”, durante comemoração pela nomeação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Michelle Bolsonaro é alvo de preconceito religioso”, afirmou Suzana. “Este mundo jaz no maligno. Se eu tinha alguma dúvida em quem votar em 2022, só por causa dessa notícia tenho certeza em quem votar, pois quem incomoda o diabo é de Deus e com Deus eu estou!!!”.