A bolsa de valores cai e o o dólar sobe com as indefinições sobre o Auxílio Brasil. O mercado financeiro finalmente descobriu que o liberal Paulo Guedes não passa de uma impostura do populismo eleitoral bolsonarista. E está cobrando a conta com um aumento especulativo do dólar de 1,28% e com a depreciação do Índice BOVESPA de 1,71% uma hora e meia após a abertura do pregão desta quinta-feira.
O movimento mais uma vez foi provocado pela adesão do ministro da Economia à irresponsabilidade fiscal cujo propósito é criar um bolsa-cabresto para Bolsonaro.
Guedes, que em outros tempos era um dos mais viscerais inimigos do auxílio emergencial, chegou a propor que o benefício não ultrapassasse R$ 200 no auge da pandemia. Agora, faltando menos de um ano para a eleição — e diante do desespero de Bolsonaro com o quadro desfavorável — o ministro se transformou num ardoroso defensor de um benefício mínimo de R$ 400.
Para alcançar essa meta, será necessário furar o teto constitucional de gastos em R$ 30 ou 40 bilhões. Para chegar a isso, Paulo Guedes confirmou que sua pasta vem estudando uma revisão antecipada do teto ou um perdão fiscal.
De acordo com o site Infomoney, declarações do ministro João Roma (Cidadania) de que “o que governo pretende viabilizar o auxílio com responsabilidade fiscal e não trabalha com a possibilidade de um teto extra” deixaram confusos os investidores, que adotaram um comportamento de aversão ao risco.
Impasse levou comissão especial a adiar votação da PEC dos Precatórios
Uma das consequências do imbróglio em que se meteu o governo com sua contabilidade criativa foi a paralisia na Comissão Especial que analisa a PEC dos Precatórios.
Em nova interrupção nesta quarta para aguardar das definições o valor que será estipulado pelo Planalto, o assunto foi mais uma vez retirado de pauta. Apenas nesta semana, a votação parecer do Dep. Hugo Motta (Republicanos/PB) foi sobrestada duas vezes.
Na terça, foi o próprio Palácio do Planalto que adiou o anúncio do Auxílio Brasil meia hora antes do lançamento do programa. O custo para os investidores foi alto. As confusões em torno do projeto eleitoreiro de Bolsonaro já derrubaram os índice BOVESPA em mais de cinco pontos percentuais apenas nesta semana.