A companhia aérea Latam anunciou nesta segunda-feira (18) que vai suspender por 30 dias o transporte de animais no porão de aviões. A medida está em vigor desde a última quinta. A decisão foi tomada após a morte de um cachorro da raça American Bully no dia 14 de outubro, em um voo entre São Paulo e Aracajú (SE).
Segundo a Latam, a clínica veterinária que atendeu o animal observou “que ele roeu o kennel (caixa de transporte) de madeira em que estava e se asfixiou”. A Latam alega que a caixa estava de acordo com o processo de transporte de animais de grande porte.
“A Latam já vinha fazendo uma análise profunda de todos os procedimentos deste tipo de transporte, e neste lamentável evento cumpriu todos os processos de forma correta. Diante deste cenário, a empresa decidiu neste momento suspender a venda para o transporte de pets no porão das aeronaves nos 30 próximos dias para o mercado brasileiro”, explicou a empresa.
A Latam informa também que, a despeito da medida, clientes que já compraram o serviço de transporte de animais poderão usá-lo normalmente. A companhia também aponta que pessoas nestas situações também podem postergar seu custo ou pedir reembolso.
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Morte de cachorro filhote em avião gerou polêmica
No final de setembro, um filhote da raça Golden Retriever que havia sido comprado online e estava sendo enviado a sua dona acabou chegando morto ao local de destino.
O caso viralizou nas redes sociais após a dona, Gabriela Duque Rasseli, compartilhar a história em seu perfil de Instagram. Conforme relata, o cachrro embarcou em um voo do aeroporto de Guarulhos (SP) rumo ao aeroporto do Galeão, no RJ.
“A @latamairlines assassinou meu cachorro. Eu não tive oportunidade de conhecê-lo”, afirma Gabriela na publicação. “Meu cachorro chegou no aeroporto do GALEAO as 13h53 e só me entregaram ele 15h30, deixaram meu cachorro no calor, quando ele chegou pra mim ele já estava quase morto!!!!! Eu e minha família estamos devastados. Não tem NADA que alivie nossos corações. A gente só quer justiça!!!!!”.
O caso foi compartilhado por ativistas dos direitos dos animais, como a apresentadora e influencer, Luisa Mell. Até quando? Quantos cães e gatos mortos serão necessários para que as companhias aéreas mudem seu protocolo e parem de tratar animais como bagagem? Até quando nossa sociedade irá permitir tal absurdo?“.
A Latam se posicionou na situação.
“Nós da LATAM reiteramos que procedemos uma apuração interna sobre os fatos e que estamos em contato com a cliente Gabriela desde o desembarque do animal para esclarecer todo o ocorrido, prestando toda a assistência necessária nesse momento tão delicado. Reforçamos que nesse caso, como em todos os outros que envolvam transporte de animais, seguimos rigorosamente todos os procedimentos necessários e seguros, baseados no Regulamento de Animais Vivos da IATA e a Portaria 93 do IBAMA. Nos solidarizamos com a situação e corroboramos que a segurança, a saúde e a integridade física de todos os seres vivos são valores inegociáveis para a LATAM”, afirma a empresa.
Na repercussão do caso, Luisa Mell e outros internautas criticaram o fato de o cachorro ser enviado no bagageiro. Criticam também tanto a escolha da dona de comprar o animal pela internet, ao invés de adotá-lo, quanto a decisão de não ir buscar o filhote, considerando a curta distância entre São Paulo e o Rio de Janeiro.