Um relatório de uma das maiores agências de classificação de risco de crédito, a Fitch, apontou que a Rede Globo segue com uma boa posição financeira, apesar das diversas demissões de funcionários, redução na folha salarial, perda da cobertura de eventos esportivos importantes e de uma dívida no valor de R$ 5,7 bilhões.
Segundo o documento, a emissora da família Marinho tem uma boa saúde financeira, estando longe da falência, boato que ganhou força recentemente. Nem mesmo os problemas com publicidade ou a pandemia de covid-19 impediram a estabilidade nas finanças da empresa.
“O caixa líquido da Globo e sua forte posição competitiva no setor brasileiro de mídia sustentam seu rating [classificação de crédito] em moeda local, apesar da queda de seu desempenho operacional nos últimos anos, devido à migração das receitas de publicidade para outras plataformas e ao impacto negativo da pandemia”, diz a agência.
Quando à dívida bilionária da Rede Globo, a Fitch explica que mais de 95% dela será paga em três prestações: em 2025, 2027 e 2030, com taxas de juros variando de 4,8% a 5,1%. O restante diz respeito a dívidas bancárias e passivos trabalhistas, com vencimento até 2024.
No começo deste mês, a empresa adquiriu US$ 400 milhões com uma nova proposta de emissão de dívida, “que usará para financiar uma licitação para as notas de 2025 e 2027”, esta com vencimento para 2032. De acordo com a Istoé Dinheiro, fazendo assim, a Globo conseguirá pagar as dívidas com vencimentos mais próximos e planejar com mais fôlego uma resolução fiscal.
Rede Globo é líder consolidada do setor brasileiro de mídia
Conforme cálculos da Fitch, apesar da crise, a projeção de ganhos da Rede Globo para 2022 é de R$ 15,7 bilhões. A liderança em audiência da emissora, especialmente com futebol e com o reality show Big Brother Brasil, são alguns dos motivos para a sua estabilidade financeira.
“A forte posição de negócios da Globo, líder do setor brasileiro de mídia, é um pilar importante dos ratings. A empresa respondia por 34% da audiência televisiva nos primeiros meses do ano, chegando a 39% do horário nobre”, afirma o relatório da Fitch.